Yo tengo tantos
hermanos…
Yo tengo tantos hermanos
Que non los puedo contar
E una novia muy hermosa
Que se llama libertad!
Ataualpa Yupanki
Sempre soube que tinha muitos amigos e
muitos irmãos de fé. Mas nunca pensei que fossem tantos, e que estivessem
espalhados por todos os cantos do mundo. Foi assim, e por isso, que no dia do
meu aniversário me chegaram tantas mensagens de amizade, felicitações,
solidariedade, longa vida e exigências de que a luta em que estivemos
envolvidos, é para continuar, pois a idade da reforma nunca chega para aqueles
que querem construir um mundo novo.
As lutas passadas, as amizades
solidamente construídas, as desilusões que também houve, as quedas que muitos
sofremos, a perseverança de tantos e tantos, os sacrifícios de vidas ceifadas
pela crueldade dos nossos inimigos, tudo isso me voltou à memória.
O meu desejo era estar com todos os
companheiros e companheiras para recordarmos o passado e continuar a lançar as
bases do futuro. Desejei até estar com aqueles que me felicitaram sem que eu os
conheça pessoalmente. Essa foi uma solidariedade nova e profundamente
gratificante. Demos tão pouco e estamos a receber tanto! Não recebi mensagens
de muitos e muitos companheiros com quem vivi muitos sóis e muitas luas e com
quem percorri tantos e tão agrestes caminhos. Eles não podiam estar presentes
nem mandar-me mensagens, porque sendo sementes, foram lançados à terra, para
que, no futuro haja pão para todos. Por momentos, ou não sei por quanto tempo
viajei ao seu encontro para a constelação da Utopia. Assim, pude reencontrar o
Augusto do Nascimento, semeado em terras do Maranhão, o Mariano (Loyola) meu
companheiro de tantas jornadas, assassinado na casa dos horrores em Petrópolis,
o João Pedro Teixeira, que Sapé chora até hoje, vitimado que foi pelo
latifúndio da Paraíba, o Epaminondas, de Porto Franco, assassinado na tortura
em Brasília pelos esbirros do general Bandeira e cujos restos mortais, só
agora, mais de 40 anos passados serão entregues à família, o Raimundinho,
ceifado em Recife, pelas balas assassinas da polícia e do exército.
Mas por lá, pela constelação da Utopia,
pude encontrar ainda, companheiros como o Marighela, o Câmara Ferreira,O
Macena, O Lamarca, o Che, assassinado e semeado na Bolívia e cuja semente já se
vê crescer agora. E também o Camilo Torres que caído no solo da Colômbia e cuja
sementeira só agora, começa a dar fruto.
Por fim o Zeca, o cantautor da
liberdade, andarilho, poeta e cantor, que agora mais vivo do que nunca,
continua a cantar a liberdade e a
inspirar os seus novos cantores. Não sei o que dizer mais, se não que as vossas
mensagens acrescentaram vontade à minha vontade, determinação à minha
determinação para continuar a trilhar os difíceis caminhos que nos hão-de
conduzir à "capital da alegria.”O meu bem-haja a todos.
Aquele abraço
pretty nice blog, following :)
ResponderEliminar