Carta Vária, porquê?



terça-feira, 22 de julho de 2014


Voltei!
 
Faz um tempão que não escrevo nada nem no blogue nem no facebook que era a forma mais rápida e mais abrangente que eu tinha de me encontrar com os meus amigos.

Há muitas razões que abonam esta minha atitude, sendo que a maior é o eu ter andado de hospital em hospital, num morre agora ou morre logo. Felizmente ainda há médicos e enfermeiros e pessoal não médico que aposta em salvar os doentes, retirando-os até à má cara das garras da morte.

Foram 47 dias de luta entre o pessoal médico e a morte, de disputa feroz pela minha vida. Claro está que nessa batalha o amor, a solidariedade e a preocupação dos meus familiares, companheiros e amigos foram uma arma importante para consumar a vitória da vida.

De todos esses dias, em que andei para cá e para lá, não tenho qualquer memória própria e tudo aquilo que sei foi-me relatado pelas pessoas que mais de perto me acompanharam.

Quando entrei em casa, qual combatente regressado de uma grande batalha, eu parecia um fantasma de mim mesmo. Daí para cá, tudo o que eu tenho feito é jogar o fantasma para longe, regressando ao seio da família e dos amigos, das conversas, do facebook e até das Maifs quando as houver.

É evidente que durante este tempo o mundo não parou e tudo o que tinha que acontecer aconteceu.

Realizou-se o campeonato do mundo de futebol, onde como era de prever, Portugal foi um fiasco só comparável ao do Brasil e o povo brasileiro demonstrou maturidade ao revoltar-se nas ruas; os teóricos da dívida portuguesa não se entendem sobre a forma de pagá-la, ou não, de renegociá-la, ou não, porque, no fundo, desde a direita à esquerda todo o mundo tem medo de meter a mão nesse vespeiro; a fome e as guerras em África são cada vez mais frequentes e violentas, desde a criação da FAO que os famintos não param de crescer; os Ucranianos continuam a lutar entre si mesmos, e a acrescentar a tragédia de um avião civil das linhas aéreas da Malásia, que voava de Amesterdão para Kuala –Lampur, com cerca de 300 passageiros a bordo, ser abatido por um míssil sobre a Ucrânia; no Egipto continuam cidadãos a ser executados e jornalistas a serem presos; o Iraque, a Síria perpetuam as suas guerras políticas e de religião e continuam a ser manipulados por forças exteriores; como era de prever o Governo de Israel avançou sobre a faixa de Gaza, já provocou várias centenas de mortos e crimes contra a humanidade com os militantes do Hamas a continuar a resistir e a opinão pública internacional só agora começou a reagir. Não se vislumbram tréguas e muito menos paz para a Palestina mártir; por último, a entrada da Guiné Equatorial como membro de pleno direito na CPLP, na reunião de Dili, demonstra bem a qualidade moral e política de todos aqueles que apoiam e saúdam esse ato extremamente vergonhoso.

A partir de agora retornarei, com mais frequência aos meus comentários sobre as questões que mais nos preocupam.

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