Carta Vária, porquê?



segunda-feira, 2 de julho de 2012


Congresso Democrático das Alternativas

Há dias vi na televisão ou ouvi na rádio que diversas  pessoas (algumas bem conhecidas pelas suas intervenções políticas) estavam a  organizar um congresso para debater os problemas inerentes e decorrentes da dívida externa portuguesa. Bem, até aí nada demais, pois Portugal em toda a sua existência como país, só por períodos muito curtos e excecionais, não andou enredado em dívidas. O próprio fundador da nacionalidade, D. Afonso Henriques, comprometeu-se a pagar  ao Papa duas onças de ouro anuais, pelos seus bons ofícios junto de outros príncipes da cristandade para que  reconhecessem  Portugal como um reino independente e a ele próprio como rei. Reza a história que D. Afonso Henriques nunca resgatou a sua dívida.  Pois bem, quase mil anos depois, Portugal volta à  condição de devedor. Há todavia uma diferença abissal entre a situação de 1152 e a de 2012.Nesse então longínquo 1152 o fundador da nacionalidade reconheceu a divida , mas nunca teve a intenção de pagá-la. O novo reino tinha outras prioridades. Os "reizotes" que agora nos governam, porque são bastardos sem qualquer linhagem, querem obrigar os cidadãos deste mesmo país a pagar uma dívida que não contraíram, a assumir responsabilidades pelos atos dolosos cometidos, perpetrados por essa mesma bastardia , mais ainda, escancararam as portas do país, empurrando para fora dele  a inteligência, a juventude, a força do trabalho e a cultura.
Devia, porém, ficar claro desde já, que a atual situação política , social , económica e cultural de Portugal não aconteceu por geração espontânea. O  mundo seja físico, social, económico ou cultural e político é o resultado de causas e efeitos, de contradições que conduzem a outras contradições, de sínteses e novas sínteses. O mundo é mudança. Depois do 25 de Abril há um momento em que o país parece querer avançar para um novo cenário. É o PREC (Processo Revolucionário em Curso).O governo de então liderado pelo general  Vasco Gonçalves, elogiado há dias pelo presidente da Autarquia de Castelo Branco(PSD), nacionalizou a banca, a grande indústria, as empresas de energia e combustíveis, a terra , o latifúndio. Com as nacionalizações chegaram as reformas sociais e o povo, até então humilhado por uma pressão multissecular saiu à rua e deu largas à sua criatividade. Mas a reação contra o PREC  não se fez esperar  e foi chegando de todos os lados, até de onde menos se esperava. Começou então a contagem regressiva para o 25 de Novembro, quando o país quase regressou ao 24 de Abril, já agora diga-se, sem contornos fascistas evidentes e sem colónias.
Após o 25 de Novembro restaurou-se o poder antigo e mantiveram-se até alguns que propositadamente  não foram tocados. Os banqueiros, os capitães da indústria, os latifundiários e outros mais que também faziam parte do aparelho político e económico do antigo regime foram regressando sistematicamente, com eficiência cirúrgica e eficácia. Todas "as portas que Abril abriu" foram sendo fechadas. Agora já restam poucas, mas o propósito de fechá-las é evidente.
Como surge esta divida abissal em que o país está afundado? Quem a contraiu? Para onde foi todo esse dinheiro de que se fala e para onde irá aquele que afirmam os cipaios de plantão , que ainda é preciso pedir?
É para responder a todas essas perguntas e a outras que esse Congresso deve reunir-se. Como este  é um tema extremamente importante e abrangente e pode ser visto de variados perspectivas, continuarei a escrever sobre ele. Já é tempo de que quem tem de dar respostas as dê.

2 comentários:

  1. Subscrevo caro Alípio
    Abraço
    Vou mandar para o FB.

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  2. Andava ainda por ANGOLA, só regressei em Março de 1975,lembro-e de receber um AEROGRAMA em que me davam conta de coisas extraordinárias que se passavam cá pelo PUTO, uma delas era a malta andar a limpar monumentos á borla e nos dias de folga, outra o direito a receber de recibo passado, um dinheirito equivalente a um mês de Salário, em vez do ENVELOPEZINHO, bem como outras coisas que me deixavam embasbacado..., queria ver carago. Chegado, com o " SERVIÇO MILITAR CUMPRIDO e COMPRIDO " demorei a adaptar-me a tal mudança, MAS ERA BONITO CARAGO. Mais tarde, bem mais tarde, assisti á desobriga de a entidade patronal efectuar descontos para os SINDICATOS, aos contratos a prazo, aos recibos verdes; a coisa foi andando e mais tarde ainda vi a Alemanha a não cumprir o pacto de estabilidade, vi o desbaratar da Indústria da Agricultura e das Pescas, vi começarem a fechar Escolas, Hospitais, agora Tribunais e até estações de CTT. Nesse entretanto lembrei-me de um artista que se tinha pirado para o Brasil, onde graças a amigos conseguiu empréstimos, uma vez que estava completamente teso, dizia ele, pese embora tenha sido o dono do aço e do cimento antes de 1974, voltou mais tarde e até comprou um banco com o pêlo do mesmo cão, sem empatar nada de seu, partiu de vez como muitos o fizeram e todos o faremos, em pouco tempo de teso passou a benemérito, deixou uma fundação com milhões que é tão só gerida por uma senhora que até foi ministra da saúde ao tempo que morreram pessoas por causa de se ter adquirido plasma contaminado, mas que entretanto teve ainda tempo de mandar para a rua o Dr Benvindo Justiça por o HOMEM ter a veleidade, enquanto reponsavel máximo no Norte do Banco de Sangue, ter afirmado que o Sangue estava a ser recolhido em condições muito duvidosas. CHEGUEI a um estado de espírito em que tenho MUITA DIFICULDADE MESMO em acreditar democratas que se vão afirmando no nosso dia a dia. EM TI ALÍPIO CONFIO porque sei que NÃO TRAIRÁS OS TEUS,,,, NÃO DEMORES TANTO COMO DESTA VEZ A DIZER-NOS o que sabes... ABRAÇOOOOO e um BEIJO

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