Carta Vária, porquê?



segunda-feira, 2 de janeiro de 2012

Feliz Ano Novo!

Feliz Ano Novo! Não é assim que se diz? Que se fala ao telefone a até naqueles adeusinhos de circunstância? Pois então Feliz Ano Novo! E por que não há-de ser assim? Por que se todos, desde o presidente Silva, ao primeiro-ministro Coelho, ao ministro Gaspar e o da Polícia e até ao querido lider Alberto João o repetiram? Já nem quero falar em todos os áulicos do Poder, que esses, por obrigação e respeito sempre têm de repetir a voz de quem lhes enche a gamela. E o povo (e isto é mais importante) aceita o desejo e esforça-se por pô-lo em prática, atropelando-se em todos os lugares onde há qualquer coisa à venda.
A mim, que não consigo aceitar esse Feliz Ano Novo, mais do que como uma formalidade, o que me apetecia ou apetece, era poder dar um abanão ciclópico neste país de modo  a separar os que não se deixam governar daqueles que só sobrevivem, se tiverem amos e senhores.
O Feliz Ano Novo só será possível quando nesta terra ( ou em qualquer       outra) não puderem existir mais "Homens Providenciais", "Queridos Lideres", "Grandes Timoneiros", "Guias Geniais" ou Troikas.
E para amenizar este mal humorado texto, nada melhor do que uma pequena história que , dizem, ter-se passado com o Presidente Samora Machel, a quem conheci pessoalmente e considero um homem de espírito agudo e de firmes convicções pessoais e políticas. Pois bem, dizia-se que o presidente Samora Machel tinha, para as questões de natureza económica e de desenvolvimento, dois conselheiros, ambos economistas de formação, um optimista e outro pessimista.
Num tempo em que as coisas da economia corriam mal, sobretudo por causa da guerra da Rodésia contra Yan Smith e daquela que os Boers da África do Sul moviam a Moçambique, mandou chamar os seus dois conselheiros.
Chegou primeiro o optimista, que pintou um retrato catastrófico da situação, argumentando por a+b+c que a economia do país estava totalmente destruída. Resumindo e pedindo licença ao presidente sentenciou:
-Está tudo uma merda.
Quando o conselheiro pessimista se preparava para falar, Samora Machel disse-lhe entre zangado e aborrecido:
-Vais dizer o quê, se aquele já disse que está tudo uma merda?
-Desculpe, Presidente, é que eu tenho fundados receios de que a merda não chegue para todos.
Transpondo a história para cá, não foi isso mesmo o que o sr.Cavaco Silva, que está Presidente da República,  disse aos Portugueses?
-Cuidado, que a merda pode não chegar para todos!

2 comentários:

  1. Caro Alípio
    Isso é chamar as coisas pelos nomes. Excelente!
    Abraço
    Rodrigo

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  2. Há tantos pulhas que vegetam na merda, nem sequer sabem já o que são os valores da honra de andar de espinha direita, já nem olfacto teem, dão-se maravilhosamente bem na merda, ,,, fora ela dinheiro e pobre nem cu tinha

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