Carta Vária, porquê?



quinta-feira, 1 de março de 2012

20º Aniversário da Casa do Brasil de Lisboa



Já, por mais de uma vez, o desejo de ter o dom da ubiquidade me assaltou. Hoje é apenas mais um desses dias. É que eu bem queria estar, aí, na Casa do Brasil, comemorando o seu vigésimo aniversário, e aqui, onde me encontro, na Sociedade Portuguesa de Autores, na homenagem que aqui se presta ao Duda Guennes, também ele sócio da primeira hora da CBL. Aliás, o Duda não foi um sócio qualquer. Como membro activo dessa Casa, o Duda embrenhava-se em todas as sua lutas e actividades, estava sempre na primeira linha de todas as suas iniciativas. Essa, era, verdadeiramente, a sua casa. Espero que hoje, lhe guardem  uma cadeira, na fila da frente, no centro, como se ele estivesse aí para assistir a uma Final da Copa do Mundo de futebol.
Também por mim, aqui e agora, quero reafirmar que a casa do Brasil de Lisboa é a minha casa. E esse sentido de pertença jamais alguém mo poderá tirar. Nem sequer, eu mesmo, a ele poderei renunciar porque ninguém pode negar ou apagar uma parte da sua vida.
Quero dizer-vos ainda, que apesar das minhas andanças por outras militâncias, em qualquer lugar do mundo onde eu me encontre, e eu continuo andarilho, a primeira coisa que se me oferece dizer, quando alguém me pergunta o que faço, é repetir que sou membro da casa do Brasil e, se necessário, membro fundador. Quero também comunicar-vos que já tomei a decisão de estar mais presente, a partir de agora, nas coisas que se passam nessa minha Casa.
Das razões que levaram à fundação da Casa do Brasil, da sua luta pela sobrevivência, do combate diário pelos direitos dos emigrantes brasileiros e lusófonos, direitos esses que nem os países de origem pareciam estar interessados em reconhecer e apoiar, da construção de pontes culturais permanentes entre as várias comunidades, do esforço para trazer não só lusófonos para apoiar as nossas causas, de tudo isso e do muito que aqui não se enumerou, alguém vos há-de falar.
Durante estes 20 anos, muitas pessoas , todas importantes, passaram pela CBL, deixaram a sua colaboração e marcaram a sua presença. Mas há uma que mais do que qualquer outra marcou a vida desta Casa porque a reconheceu como um pedaço do Brasil. Refiro-me ao embaixador José Aparecido de Oliveira que se abriu e abriu esta casa à diplomacia brasileira e sempre contou com ela em todas as ocasiões em que foi necessário travar combates pelo Brasil. Foi ele quem disse que a Casa do Brasil, nos momentos em que aqui foi preciso lutar, foi o "braço armado" da Embaixada e da causa dos emigrantes.
Finalmente, quero fazer um apelo a todos os que por aqui passaram, que com esta casa colaboraram, e  por variados motivos dela se foram afastando, que regressem porque a sua presença é tão necessária hoje como foi ontem. A CBL terá de continuar a ser o  lugar onde todos os brasileiros, que aqui residem ou por aqui passam, poderão encontrar acolhida. Mais ainda. Hoje , a necessidade da construção do mundo lusófono é um dado adquirido e aceite por todos. A Casa do Brasil de Lisboa tem de constituir-se  no verdadeiro centro da construção da lusofonia em Portugal
A todos aqueles que mantiveram e mantêm alta a bandeira da Casa do Brasil de Lisboa, sem nenhuma excepção, um grande e fraternal abraço e um até já.

1 comentário:

  1. POR VEZES ( não muitas, diga-se ) interrogo-me sobre o que leva uma PESSOA a querer saber, interessar-se, preocupar-se, indo mesmo ao ponto de se juntar, empenhar-se, apoiar, outros POVOS e outras GENTES, assim como o faz com o seu POVO, passando a sua GENTE a ser e estar em todo o MUNDO. NUNCA varia a minha conclusão, quando isso acontece; vejo-me perante gente que sofre com a falta de LIBERDADE e dos atropelos, roubos e desgraças que dessa falta resultam. Um dos factores ( não é o único, infelizmente ) que me leva a essa interrogação é o ouvir e ler com frequência,( cada vez mais para o meu gosto e sossego ) de há uns tempos para cá, a tentativa de branqueamento de acontecimentos não só da nossa HISTÓRIA como a dos outros POVOS, vai tão longe o esforço dessa macacada de imitação que não só querem branquear como fazem os possíveis por nos formatar tentando APAGAR A MEMÓRIA, então lá aparece o dito JÁ NÃO HÁ ESQUERDA NEM DIREITA, são todos iguais....... MERGULHO o mais fundo que me é possível dentro de mim e lá vejo a reposta que em nada difere da que me diz o espelho tantas vezes.. - Como podes ser tu feliz se UM que seja, esteja ele onde estiver, não pode sequer aspirar a ser GENTE ! Realmente ser SOLIDÁRIO, sem a caridadezinha que castra e coloca os arreios, freios e mordaças em tudo o que se quer livre... NÃO É MESMO PARA TODA A GENTE, muito menos para quem pode, é mesmo para quem não quer mesmo mais nadinha do que a IGUALDADE. OBRIGADO ALÍPIO pelo teu exemplo de vida, podes ficar certo que em muito tens contruibuido para luzes que não se apagam, para gente que nunca morre.. SÃO ASSIM AS REFERÊNCIAS,,,,,,,, TÃO SIMPLES que até parece fácil NÃO TRAIR OS SEUS

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