Observando a história da humanidade comprova-se que a expansão das regiões se faz sempre, ou quase sempre, de uma forma mais ou menos violenta. Sempre que um povo conquistava outro, impunha-lhe a sua religião como forma de dominação e, este processo manteve-se, praticamente, até aos nossos dias. Isto vem a propósito das execuções sumárias efetuadas pelo auto denominado Estado Islâmico, no seu avanço para o Oriente Médio e para África. E não escolhe vítimas. Agora mesmo tivemos a noticia de que foram decapitados 21 egípcios cristãos coptas. Porém, houve um tempo em que a difusão da religião não foi assim. Temos de remontar à expansão do Cristianismo no seu 1º seculo quando o amor se sobrepunha a qualquer outro sentimento. Os próprios pagãos diante da atitude dos cristãos repetiam com profunda admiração ”Vede, como eles se amam!”Mas esta atitude durou pouco porque quando o cristianismo se tornou religião do estado os cristãos repetiram o que já antes fora feito, impondo, ao mesmo tempo, o gládio e a cruz. Por isso, não é de admirar e não nos pode surpreender que o Islão, apesar dos tempos serem outros siga pelos mesmos caminhos. A jiade nada mais é do que a guerra santa contra os infiéis. E infiéis são todos aqueles, mesmo que adorem o mesmo Deus, o não adorem da mesma forma daqueles que detêm o poder. Também isto é demonstrado pela história mais recente, pelas guerras que os cristãos travaram entre si, tentando cada igreja ou fação impor a sua verdade. Refiro-me, por exemplo, à guerra contra os Ussitas, à guerra dos 30 anos que envolveu os cristãos europeus e teve até repercussões profundas na formação dos estados da América do Sul e do Norte, na África e na Ásia. Todas as guerras de conquista territorial foram sempre acompanhadas de conquistas religiosas que, em alguns casos, levaram ao extermínio total de religiões locais ou à sua imposição. É certo que em todas as religiões houve movimentos e pessoas que procuraram difundir outros caminhos e outros modos de chegar a Deus. Mas o seu poder de persuasão ou influência foi muito pequeno E assim chegamos aos dias de hoje em que as guerras de religião continuam, guerras em que a ferocidade é maior, em que o poder de destruição ultrapassa o poder da espada, em que o mundo muçulmano pode ser transformado num Iraque e cada cidade numa Falluja. Assim o queiram os atuais detentores do poder. Refiro-me especificamente aos EUA. Há já muitas vozes que se levantam para que tal aconteça. Vozes que vêm dos países onde existe grande imigração muçulmana, vozes dos interessados nas riquezas desse mesmo mundo. Só os muçulmanos podem por cobro a tal situação, porque os cristãos estão mais dispostos à revanche do que à conciliação, mais apostados no saque do que no respeito pelas riquezas alheias. E o que restará do Oriente Médio e da África, cristã ou muçulmana se estas atitudes não forem mudadas? Nesta histeria quase universal são muito poucos aqueles que mantêm a serenidade, chamam as partes à razão e recordam a todos os homens que se Deus existe, existe igualmente para todos. Para todos sem distinção. Afinal somos companheiros de viagem.
O seu a seu dono. O nome deste blogue pertence ao professor Agostinho da Silva, o mais importante pedagogo da Lusofonia. É uma homenagem ao cidadão e grande mestre que o seu país natal quase desconhece, mas que marcou muitas gerações, sobretudo brasileiras, ensinando e ajudando a fundar várias Universidades.
Carta Vária, porquê?
segunda-feira, 16 de fevereiro de 2015
Em nome de Deus?
Observando a história da humanidade comprova-se que a expansão das regiões se faz sempre, ou quase sempre, de uma forma mais ou menos violenta. Sempre que um povo conquistava outro, impunha-lhe a sua religião como forma de dominação e, este processo manteve-se, praticamente, até aos nossos dias. Isto vem a propósito das execuções sumárias efetuadas pelo auto denominado Estado Islâmico, no seu avanço para o Oriente Médio e para África. E não escolhe vítimas. Agora mesmo tivemos a noticia de que foram decapitados 21 egípcios cristãos coptas. Porém, houve um tempo em que a difusão da religião não foi assim. Temos de remontar à expansão do Cristianismo no seu 1º seculo quando o amor se sobrepunha a qualquer outro sentimento. Os próprios pagãos diante da atitude dos cristãos repetiam com profunda admiração ”Vede, como eles se amam!”Mas esta atitude durou pouco porque quando o cristianismo se tornou religião do estado os cristãos repetiram o que já antes fora feito, impondo, ao mesmo tempo, o gládio e a cruz. Por isso, não é de admirar e não nos pode surpreender que o Islão, apesar dos tempos serem outros siga pelos mesmos caminhos. A jiade nada mais é do que a guerra santa contra os infiéis. E infiéis são todos aqueles, mesmo que adorem o mesmo Deus, o não adorem da mesma forma daqueles que detêm o poder. Também isto é demonstrado pela história mais recente, pelas guerras que os cristãos travaram entre si, tentando cada igreja ou fação impor a sua verdade. Refiro-me, por exemplo, à guerra contra os Ussitas, à guerra dos 30 anos que envolveu os cristãos europeus e teve até repercussões profundas na formação dos estados da América do Sul e do Norte, na África e na Ásia. Todas as guerras de conquista territorial foram sempre acompanhadas de conquistas religiosas que, em alguns casos, levaram ao extermínio total de religiões locais ou à sua imposição. É certo que em todas as religiões houve movimentos e pessoas que procuraram difundir outros caminhos e outros modos de chegar a Deus. Mas o seu poder de persuasão ou influência foi muito pequeno E assim chegamos aos dias de hoje em que as guerras de religião continuam, guerras em que a ferocidade é maior, em que o poder de destruição ultrapassa o poder da espada, em que o mundo muçulmano pode ser transformado num Iraque e cada cidade numa Falluja. Assim o queiram os atuais detentores do poder. Refiro-me especificamente aos EUA. Há já muitas vozes que se levantam para que tal aconteça. Vozes que vêm dos países onde existe grande imigração muçulmana, vozes dos interessados nas riquezas desse mesmo mundo. Só os muçulmanos podem por cobro a tal situação, porque os cristãos estão mais dispostos à revanche do que à conciliação, mais apostados no saque do que no respeito pelas riquezas alheias. E o que restará do Oriente Médio e da África, cristã ou muçulmana se estas atitudes não forem mudadas? Nesta histeria quase universal são muito poucos aqueles que mantêm a serenidade, chamam as partes à razão e recordam a todos os homens que se Deus existe, existe igualmente para todos. Para todos sem distinção. Afinal somos companheiros de viagem.
domingo, 8 de fevereiro de 2015
Rilhafoles à vista!
Como
era de esperar, o 1º Ministro grego, Alexis Tsipras foi ao Parlamento para
definir o que será o seu Governo. Primeiro, reclamar da Alemanha as
indemnizações devidas à Grécia por causa dos estragos aí perpetrados durante a
ocupação alemã na II guerra mundial. A Alemanha que se arroga de cobrar juros
do capital emprestado aos países que durante a guerra ocupou, tem agora, pela
primeira vez, um país que lhe demonstra que o devedor é ela. A Grécia exige o pagamento
da dívida. Disse ainda o 1º Ministro grego que a eletricidade voltaria a ser
fornecida gratuitamente a todos aqueles que não a podiam pagar. Subiu o salário
mínimo para 750,00 euros. Vai distribuir senhas da alimentação aos necessitados.
Inviabilizou todas as vendas e privatizações do património e dos recursos
naturais da Grécia. Reduziu substancialmente o salário dos políticos. E agora, Sr.
Passos Coelho, ainda 1º Ministro? O que diz a tudo isto? Será que estas medidas
continuam a ser histórias para crianças? Ou será que no PSD e no CDS não há
ninguém que o avise do ridículo em que está a envolver o país?Diz um ditado
grego que os deuses quando querem perder os homens, ensandecem-nos. Será que os
deuses do Olimpo resolveram divertir-se consigo e com os partidos que o apoiam?
Tome cuidado porque em Rilhafoles há sempre vagas disponíveis!
Falando de música
Na
sexta-feira p.p. resolvemos ir até ao Alentejo, mais propriamente até a Alvito,
vilazinha do distrito de Beja, cujo interesse principal para nós, é o de termos
lá alguns amigos e conhecidos e uma casinha, que não sendo um palácio é boa de
disfrutar.

Mas
falando a sério. No regresso para Lisboa, ao ligar o rádio do carro estava a
ser transmitido na Ant2 um programa de música do professor João de Freitas Branco.
Nem pensei em sair dali. E entre música clássica e informações históricas e
culturais sobre as músicas, chegámos a Lisboa. Confesso que não me recordo do
nome do Programa mas que fiquei seu fã, fiquei. Além do mais, o programa fez-me
regressar a um passado já longínquo em que eu mal saído do Seminário, fui
trabalhar para uma escola de artes e ofícios que acolhia meninos pobres, de idades
entre os sete e os 18 ou 19 anos, quando iam cumprir o serviço militar.
Nessa
escola aprendia-se artes tipográficas, mecânica de automóvel e artes afins,
como pintura, e carpintaria. A escola primária era feita na escola oficial e
alguns alunos estudavam na escola industrial da cidade.Como em muitas outras escolas semelhantes, o aprendizado da música era oficial e obrigatório, pois em quase todas existia uma banda de música ou orquestra. O Patronato não era exceção. Assim, quando qualquer internando chegava punha-se-lhe nas mãos o solfejo de Tomás Borba, encarregando-se um dos alunos mais velhos do lho ensinar. Em poucos dias aprendiam a solfejar e iam experimentando, conforme as idades e os tamanhos, os instrumentos musicais que tinham à sua disposição. Desta forma, a escola dispunha sempre de uma orquestra e de uma banda de música para atuar em concertos e festas. Muitos dos alunos tornaram-se músicos profissionais em orquestras e bandas de música militares. Digo isto porque não consigo entender que sendo o estudo da música obrigatório em determinados níveis de ensino, a prática da música seja tão escassa e a falta de gosto tão generalizada em Portugal. E não se diga que o povo português não gosta de música, porque em todas as aldeias por onde passei, as pessoas não só cantavam música religiosa como mantinham a prática da música popular, sobretudo a que se referia ao trabalho.
Toda
a música tem a sua origem no povo e quando ela se torna mais elaborada é fruto
das muitas contribuições que esse mesmo povo lhe dá. Não existiriam nem Bach,
nem Sibelius, nem Beethoven e tantos outros se não houvesse a música popular,
aquela que tem raízes na cultura do povo.
Quanto
ao professor João de Freitas Branco, quero apenas dizer-lhe que me tornei desde
já assíduo ouvinte do seu programa e que todos os sábados estarei atento a
ouvi-lo na Ant 2. Obrigado, professor.sábado, 7 de fevereiro de 2015
Falando da Grécia

quinta-feira, 4 de dezembro de 2014
Onde está o poder?

O País vai mal. Todo o mundo o reconhece. De alguns sectores da direita à esquerda. A cada dia se apresentam novas soluções para a crise, mas ela cada vez se aprofunda mais como uma febre maligna que vai destruindo o corpo da república. Isto, porquê? Porque o país é pasto do capitalismo monopolista, é governado por uma troika estrangeira que o empurra para crises insolúveis e dirigido por políticos incompetentes e corruptos, que não têm nada a ver com os interesses daqueles que os elegeram. As pessoas deixaram de acreditar nos que se dizem seus representantes e, por isso, nos remédios que eles recomendam e ministram para debelar essa febre. A democracia em Portugal, e não só, está em crise, mergulhada numa agonia sem fim, e sem democracia real, verdadeira, nenhum dos problemas que afligem os povos, principalmente os da União Europeia terá solução. Evidentemente que isto todos sabem, mas recusam-se a trilhar o caminho correto, preocupando-se não em encontrar soluções mas em bisbilhotar, divulgar e opinar, tal casa dos segredos, sobre determinados fait-divers ligados a casos que põem em causa os fundamentos da democracia, como o BES, Sócrates, Vistos Dourados, Apito Dourado, as compras milionárias dos chineses, vendas apressadas do património nacional, etc, etc. Enquanto isso, continua o ataque ao SNS, à Escola Pública, com milhares de funcionários e professores sem colocação ou à beira do desemprego, com estatísticas mentirosas e promessas que nunca serão cumpridas. Creio, porém que ainda há uma réstea de esperança, uma vez que a há pessoas, em todos os sectores de atividade, que se organizam para discutir a atual situação do país e da Europa, mas a quem, a meu ver, falta a decisão de agir. É necessário voltar ao povo e organizá-lo, pois é nele, no povo, que reside o poder.
quarta-feira, 29 de outubro de 2014
A praça é do povo.

Estou
feliz. A Dilma venceu, mais ou menos à rasquinha, mas venceu. Era mais do que
evidente que os cachorros que sempre nos andaram a morder os pés reagissem.Ainda
a presidente Dilma não tomou posse e já eles estão inventando a possibilidade
do impeachment, acusando-a de graves delitos tais como o chamado Petrolão. Não
era de esperar outra coisa, até porque agora não têm mais militares para
levá-los pela trela ao poder. Mas o que se faz com cães raivosos? Partem-se-lhes
os dentes de modo a que não possam morder. E nisto temos que estar todos
juntos, bem unidos, com os olhos fincados e bem fincados naquilo que são os
objetivos finais da nossa luta, afinal na luta do povo brasileiro. Não podemos,
de forma alguma, deixar que eles voltem a se assenhorear do poder. Por isso,
todas aquelas reformas que nos trouxeram até aqui têm de ser feitas doa a quem
doer, rapidamente, com determinação. Agora não há mais lugar para
"disse-me disse" ou "ainda não é possível" ou então que
"o povo não está preparado" para enfrentar connosco os seus
opressores de sempre. Agora, mais do que nunca, é necessário unirmo-nos com
determinação, sem vacilações. Quero também deixar uma palavra ao nosso povo
para que ele não se iluda mais uma vez com aqueles que se diziam seus amigos e
protetores mas nada mais fizeram do que oprimi-lo e explorá-lo. Afinal, quem é
e o que é esse Aécio Neves? Quem era o seu avô? É difícil defini-los porque em
todas as circunstâncias estiveram ao lado da repressão deixando o povo à sua
mercê, até mesmo os seus companheiros. O senador Tancredo Neves formou um
partido de oposição a pedido do ditador de plantão Castelo Branco. Nunca defendeu
esse partido nem os poucos membros que ousaram discordar da ditadura. Assistiu,
assobiando para o lado, a toda a repressão que a ditadura impôs ao povo
brasileiro. Parecia que tudo o que estava a acontecer no Brasil não era com
ele. Por casualidade e com a ajuda de alguns membros do partido
governamental-Arena-foi eleito no Congresso presidente da República. Aécio foi
eleito governador de Minas no falso prestígio do seu avô, prestigio esse que
não chegou agora para elegê-lo presidente da República. Ainda bem. O povo
brasileiro tem memória. Estou feliz.
Carta aberta a uma candidata vencida à presidência do Brasil
Ao ter conhecimento da tua existência e da tua militância
senti que alguma coisa estava a mudar no Brasil. Pela 1ª vez na História do Brasil uma mulher, que não
pertencia à burguesia dominante saía da obscuridade da sua terra de nascimento,
no Norte do Brasil e, através do seu esforço, ia escalonando os degraus do
poder até chegar à mais alta corte do Brasil -o Senado. O mesmo deslumbramento
devem ter tido outros brasileiros e nem
sequer temi que as forças reacionárias que sempre dominaram e exploraram esse
país te pudessem abocanhar. Afinal, tu fazias o teu caminho com o Partido dos Trabalhadores
que, mesmo não sendo um Partido perfeito, se assumia como uma força
transformadora do Brasil. Foi assim durante anos até que começaram a surgir notícias
preocupantes. A aliança com os movimentos evangélicos mais conservadores não
augurava nada de bom. Não é que eu tenha alguma coisa contra os evangélicos,
qualquer que seja a sua denominação. Tive grandes amigos, até norte-americanos,
crentes presbiterianos praticantes. Jamais poderei esquecer o Paulo Wright que foi
militante de A.P. e da A.P.M.L. e foi vilmente assassinado em S. Paulo pela
polícia de Fleury. Para mim e para muitos outros que participaram na luta pela
democratização do Brasil ele sempre será herói. Depois chegou-me a notícia de
que irias abandonar o PT e filiar-te no partido dos Verdes. Quero dizer-te que
tenho um imenso respeito e admiração pelo trabalho dos partidos ecologistas,
pois defendem como ninguém, o meio ambiente, a casa comum de todos nós. Defender
o meio ambiente não é tarefa fácil, rodeados que estamos de predadores, os mais
poderosos e contumazes. Eles são contra a vida. Todavia, no Brasil eles , os
Verdes, têm sido ineficazes. Então perguntei-me o que irias fazer nesse
partido, abandonando um outro que não sendo perfeito, pela sua estrutura e
penetração tem condições objetivas de encaminhar soluções que ajudarão a transformar
o Brasil positivamente. Mais, soube-se também que a tua discordância com o PT
era mais um caso pessoal do que político. Pelo menos, foi isso o que chegou ao
meu conhecimento. Disso não me admirei, até porque os partidos, principalmente nos
partidos revolucionários a luta interna é o seu dia-a-dia. De outro modo,
mergulham numa paz podre. O que não cabe num partido revolucionário é a luta
pessoal sem princípios. Assim, soube, à partida, que ias perder esse confronto com
a presidente Dilma, então apenas Chefe da Casa Civil. Conheci-a na prisão. Ela
é uma mulher de armas. Determinada nos seus propósitos, firme nas suas convicções.
Não é uma mulher qualquer. Ela dominava aquele coletivo de mulheres do presídio
Tiradentes com um à-vontade incrível. Depois as nossas vidas separaram-se, ela
foi para o Rio Grande do Sul onde estava preso o seu ex-marido e eu transferido
para outros e outros presídios. Ela merece hoje, como antes, a minha confiança
e irrestrita solidariedade.
Tenho-te ainda como minha companheira de caminhada
revolucionária, como combatente do mesmo exército libertador. Se quiseres
aceitar um conselho meu, e eu já sou velho suficiente para poder dar conselhos,
(tenho talvez tantos anos de militância política como tu de vida), inicia, já,
hoje, o caminho do regresso, voltando ao seio de onde saíste para que todos te
possam de novo receber e abraçar como companheira do mesmo combate.
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