Carta Vária, porquê?



quinta-feira, 13 de outubro de 2011

Sim à Democracia, não à TROIKA!



Não sei se todos ouviram o sr. Passos Coelho, que agora está primeiro ministro, anunciar algumas medidas que serão impostas ao povo português, a partir de 2012. Neste caso à classe média baixa, aos trabalhadores, aos reformados e pensionistas -  numa palavra - aos extractos menos favorecidos e mais pobres da população. Pois bem, se não viram ou ouviram "a figura" na TV, informem-se pelos jornais e com amigos e vizinhos.
Mas desde já os aviso que devem dispensar os comentários e palpites dos "papagaios de pirata" que o poder tem sempre à sua disposição para "adoçar a pílula" ou para enganar os trouxas. Cuidado com eles, até porque alguns são especialmente hábeis em mentir e fingir. É para isso que lhes pagam. E bem.
É evidente que a TROIKA e o seu governo, ainda que não estejam temerosos por acharem que o povo português é um povo de brandos costumes, ordeiro e habituado a fazer sacrifícios, é óbvio que estão preocupados e, a esta hora, o aparelho policial-militar já deve saber o que fazer se a "ordem" for ameaçada. A Grécia, ainda que recusem o paralelo, não lhes sai da cabeça -até porque os métodos lá aplicados foram os mesmos que estão sendo aplicados aqui. Aliás o FMI não conhece outros.
O que quero salientar hoje, é que o orçamento anunciado e as medidas que ele contém, é mais do que um ataque à democracia, representa um retrocesso civilizacional. O Terceiro Mundo é o nosso destino.
Foi contra isso que o povo grego reagiu e continua a reagir. Nem os "bárbaros do Norte", nem qualquer TROIKA conseguirão aplicar  ao povo grego as condições humilhantes que lhes querem impor. Afinal, o povo grego sabe que foi quem  inventou a civilização ocidental, a difundiu e protegeu. E é essa consciência clara do seu papel fundamental na história, que lhes garante a força necessária para resistir e dizer :NÂO!
É de esperar que os  portugueses, no dia  15, se manifestem de forma expressiva, massivamente, sem divisões ou particularismos. A manifestação do dia 15 deve ser o primeiro e inequívoco sinal de que não seguiremos pelo caminho para onde nos querem empurrar. Se a TROIKA, o seu Governo e os políticos que os apoiam não quiserem entender o sinal, voltaremos de novo à rua e a novas formas de luta. Um dia as TRIOKAS, seus  patrões e seus homens de mão hão-de ter de entender que  "O povo é quem mais ordena".

Todos à Manifestação -  que a democracia sai à rua!

quarta-feira, 12 de outubro de 2011

A 25ª Hora



Há mais de 150 anos que Marx e Engels publicaram o Manifesto Comunista e lançaram um grito que mais era uma palavra de ordem: "Proletários de todo o mundo uni-vos!"
Desde então muitas coisas aconteceram, o mundo mudou e transformou-se. Mas o grito de outrora ecoa hoje mais forte, mais alto e mais universal do que na altura. Hoje já não é só a Europa a ouvi-lo. A América do Norte e do Sul, a Ásia, a África, o Mundo Árabe ouvem-no também e os seus ecos repetem-se com força em ondas sucessivas. O capitalismo e as forças reaccionárias que sempre o apoiaram tiveram, ao longo destes mais de 150 anos, a "arte " de universalizar a luta dos proletários de então. A luta contra a exploração capitalista continua viva nas fábricas, mas está também nas praças das cidades, nos campos, ateou fogo ao tecido social, à ordem familiar e classes sociais, radicalizou a luta política. Somente os estúpidos e os que desistiram de pertencer à espécie humana estão indiferentes e pertencem ao rebanho do "tanto se me dá".
E que fazem os Sarkozy, os Berlusconi, os Cameron, as Merkel, os Obama, as Troikas e os banqueiros de hoje? Exactamente, ou quase, o que fizeram os seus antecessores do sec.XIX, os Guizot, os Metternich, o Czar, os Rotschild, os Morgan, os WASP norte-americanos. Privatizam tudo o que é público e pode gerar riqueza, e rejeitam qualquer responsabilidade em relação à cultura, à educação, à saúde, à segurança social. Cobram impostos pelo que se consome, pelo que se produz.
Emagrecem o Estado mas não os seus bolsos e os dos amigos e mantêm um simulacro de democracia representativa, necessária para "fazer de conta", mas objectivamente inútil. Criação de emprego, geração de riqueza social, prosperidade, solidariedade social, política ou humana, investimento na ciência, educação e cultura, são preocupações que não fazem parte dos "troikianos". Para eles o "estado social" seria aquele que dispusesse de um sistema eficaz, infalível na cobrança de impostos, e também de um aparelho policial-militar que mantivesse a ordem, dentro do exigível.
Sábado, 15 de Outubro, nós, portugueses temos de mostrar com a nossa presença, na rua (isto para começar!) que rejeitamos a TROIKA, os seus seguidores e os seus milagres. Vamos gritar-lhes,  milhares de homens e mulheres, jovens e idosos, empregados e desempregados, os sem futuro, em centenas de praças e cidades, que rejeitamos as suas propostas e queremos ser nós a definir o nosso presente e o nosso futuro.
Esta não é a hora das  hesitações, covardias ou divisões. Esta é a nossa hora, a nossa 25ª Hora.

15 de Outubro - A democracia sai à rua